quarta-feira, 20 de junho de 2012

Clube da Luta (1999)

Desculpem-me queridos amigos, mas estou quebrando a primeira e a segunda regra do Clube da Luta ao escrever esta resenha. Um filme bem no estilo de David Fincher, com violência e MUITA crítica social, que alavancou de vez a carreira de Brad Pitt (que nos anos 90 só fez filme incrível).

Baseado no livro homônimo de Chuck Palahniuk, Clube da Luta é tanto uma crítica reflexiva à sociedade quanto à mente humana. A história principal gira em torno de um narrador sem nome citado durante o filme (Edward Norton), com insônia e entediado com a própria vida. Em um avião, ele conhece Tyler Durden (Brad Pitt), um vendedor de sabonete, com quem cria uma forma primitiva de liberar toda a frustação de sua vida: o Clube da Luta.


Diretor: David Fincher
Escrito por: Chuck Oalahniuk (livro) / Jim Uhls (roteiro)
Elenco:

Edward Norton (O Incrível Hulk ; O Ilusionista)
Brad Pitt (Seven - Os Sete Pecados Capitais ; Bastardos Inglórios)
Helena Bonham Carter (Sweeney Todd - O barbeiro Demoníaco da Rua Fleet ; Hamlet)
Jared Leto (Réquiem Para um Sonho ; Mr. Nobody) 


O clube da luta começa quando Tyler pede para que o narrador lhe dê um soco, e os dois começam a brigar sem motivo algum. Essa nova forma de terapia acaba virando um clube onde homens de todas as classes e etnias se reúnem para descarregar sua raiva. Mais clubes de luta formam-se em todo o país, e e sob a liderança de Tyler, eles se transformam numa organização anti-materialista e anti-capitalista denominada "Project Mayhem" (em tradução livre, Projeto Mutilação). O narrador começa a perder o controle sobre a situação quando Tyler desaparece subitamente.

Eu nunca tinha assistido um filme que dá duas ideias totalmente difetentes ao mesmo tempo: o filme me 'pede' para parar de acreditar, mas também me diz que não há espaço - ou necessidade - para a descrença. Talvez esse comentário não faça sentido se você nunca viu o filme, ou não prestou atenção em tudo que ele estava te ofereçendo.


"Clube da Luta" é um ousado tapa na cara no consumismo. Ele questiona a realidade. É provocante e visualmente estimulante. A direção é incrivelmente brilhante. O diretor David Fincher mostra o seu melhor destruindo o tempo e o espaço, deixando pequenas coisas para deixar o filme mais claro. Edward Norton está incrível no seu papel de Narrador. Ele é um nerd com insônia que tem uma obcessão em catálogos da Ikea e tem um emprego inútil. Brad Pitt é dinâmico como Tyler Durden, um anarquista que vive numa casa abandonada e produz e vende sabonete para viver. Helena Bonham Carter também está incrível como Marla Singer, uma maníaca-depressiva-chaminé-de-cigarro. O papel dela é fundamental no desenvolvimento da história, e ela o interpreta muito bem.


Existe uma grande discussão sobre a violência apresentada no filme. Eu acho que não é uma violência gratuíta, é parte da história e se encaixa perfeitamente. É bem menos do que você veria em um filme de ação Hollywoodiano, ela é apenas concentrada em cenas específicas.Se você é sensível, talvez não gostará de assistí-lo. Há algumas cenas muito dolorosas de sangue, mas se você tem estômago para isso, então confira. Há também uma enorme reviravolta neste filme que quase rivaliza com a reviravolta no final de O Sexto Sentido. E é exatamente essa reviravolta que fez o filme ser tudo isso que é hoje.



O filme relata de forma bastante filosófica os conflitos que nós, seres humanos precisamos enfrentar diariamente. Todos nós temos um outro ser completamente diferente dentro de nós. Se não somos capazes de dominar o nosso “eu”, certamente seremos manipulados por ele.

Obviamente, não vou relevar como o filme se desenrola (e nem comentar minhas cenas favoritas), porque a melhor 'parte' do filme é descobrir que assistiu ele de um jeito totalmente errado. Assistam o filme duas vezes e se surpreendam ao descobrir que tudo estava na frente de vocês e nem perceberam.

9.3 de 10
Por Bianca Figueiredo

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